Polí­cia
Em 2010, 34 pessoas morreram em disputas de Terras; Pará lidera estatísticas

Desde o assassinato da freira Dorothy Stang, ativista dos direitos dos trabalhadores da terra, na cidade de Anapu – PA, em fevereiro de 2005, os conflitos agrários no Brasil tem ganhado espaço na grande mídia. No entanto, o problema é ainda mais grave do que vem sendo anunciado nos jornais.

Em abril deste ano foi lançado pela Comissão Pastoral da Terra, o relatório Conflitos Agrários Brasil 2010, que trouxe a público os números dessa verdadeira guerra que vem acontecendo de Norte a Sul do Brasil, entre trabalhadores rurais, sem-terra, lideranças rurais e fazendeiros, latifundiários, ruralistas. Esta guerra ainda teve mais um capítulo publicado em maio deste ano, quando o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, foi morto na cidade de Nova Ipixuna, também no Pará.

O Estado, aliás, de acordo com os dados apresentados pela CPT, foi o campeão de assassinatos no campo, em 2010. Segundo o relatório Conflitos no Campo Brasil 2010, o Pará apresentou mais da metade de todos os assassinatos em disputas agrárias. Dos 34 registrados pela Pastoral da Terra, 18 foram no nosso vizinho, número muito superior ao do segundo colocado da lista, o Maranhão, com 4 mortes registradas.

Ainda de acordo com o relatório da CPT, entre os anos de 2001 e 2010, o número de assassinatos envolvendo disputas agrárias chegou a 377. Segundo a Pastoral da Terra, são trabalhadores rurais, lideranças do campo, trabalhadores sem-terra, militantes, quilombolas e assentados que morrem todos os anos em busca do direito de plantar, colher e viver em paz.

Tensão no decorrer do tempo

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, os índices de morte no campo sofreram alterações nos últimos 10 anos. O período mais tenso, de acordo com os números da CPT, foi o que compreendeu os anos de 2002 e 2003, quando 116 trabalhadores rurais foram mortos por pistoleiros, ou por estarem evolvidos em disputas com grandes fazendeiros.

Entre 2007 e 2009, pode-se perceber uma leve queda no número de mortes, sendo o total somado dos três anos, “apenas” 84 assassinatos (28 em 2007 e 2008 e 26 em 2009). Já em 2010, esse índice voltou a subir, finalizando o ano com 34 pessoas mortas na guerra agrária no Brasil.

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