
Sem sombra de dúvidas esse é o quarto mais famoso de todos. É curioso pensar que o quarto de Van Gogh representa muito mais que o que seu nome propõe, um quarto. Mas se pararmos para pensar a arte funciona assim, você pode pegar quantos quadros decorativos quiser e colocar na sua parede, mas ele não está apenas pela decoração, mas sim para contar uma história ou para marcar um momento.
O Quarto em Arles na realidade é um conjunto de 3 obras, todas quase idênticas, mas se você conhecer a história de como foram feitas e em que momento da vida do pintor, poderemos identificar facilmente características da vida do artista simplesmente pela maneira que pintou o quadro, cada um em diferentes épocas de sua vida.
A primeira versão do Quarto de Arles
Primeiramente precisamos entender um fato muito importante, Vicent Van Gogh ao longo de seus 37 anos de vida, ele morou em 37 casas. Pode parecer assustador o número de vezes em que ele se mudou, mas é isso mesmo! Tendo isso em mente, é possível identificar que Vicent estava sempre em busca de um local para chamar de lar. E foi em 1888 que ele encontrou esse lugar em Londres.
Ao se mudar para Londres, o pintor mudou-se para sua amada nova casa amarela. E viveu um dos momentos mais felizes de sua vida ao lado de Paul Gauguin, amigo que morava com ele. Além disso ele estava feliz com suas pinturas. Tudo isso foi refletido em Quarto de Arles (1888), com suas cores vivas, elementos que mostram o conforto daquele local cumprindo seu papel de um verdadeiro lar.
Segunda versão do Quarto
Agora 11 meses após o primeiro, sua vida havia virado de cabeça para baixo quando em uma grande briga com Gauguin, Van Gogh surtou e se automutilou cortando um pedaço de sua própria orelha. Em seguida ele levou o pedaço para um bordel e mostrou para uma prostituta.
Diante desse episódio, o artista estava duvidando de sua sanidade e resolveu voluntariamente ir para um asilo em Saint-Remy-de-Provence, na França para se recuperar do acontecimento. E foi nesse asilo que ele pintou a segunda versão. O que antes possuía cores mais vibrantes agora é mais escuro e possui seu efeito de pinceladas rápidas que dão uma sensação de turbulência.
Terceira e última versão da obra
A última versão foi feita apenas 3 semanas após a segunda. Nesse trabalho, Van Gogh havia aceitado que seu estado psicológico não era dos melhores, além de sentir-se solitário, depressivo, insatisfeito, fracassado e frustrado por não conseguir socializar-se de forma saudável com ninguém.
Já nesse ponto, podemos identificar que as cores estão muito mais fortes e escuras. A velocidade das pinceladas também aumentou, levando mais ainda a ideia de turbulência e caos para a tela.
Pode-se perceber que nas obras anteriores, os quadros pintados na parede do Quarto de Arles, eram pessoas que Vicent tinha como amigos. Já no último ele colocou retratos de personalidades aleatórias e desconhecidas. Reforçando a ideia de solidão e frustração por falta de um grupo social para se encaixar.
Curiosidade Incrível sobre o Quarto de Van Gogh
No ano de 2016, o Instituto de Arte de Chicago, em parceria com o Airnbnb reproduziu o Quarto de Arles em tamanho real e com a possibilidade de alugá-lo por 10 dólares por noite. Veja a foto a seguir para entender mais como funcionou:
É realmente impressionante a semelhança com a obra! Mas acredite ou não, é de verdade.
Assim, podemos ver o impacto que esses detalhes da história de Vicent refletiram em suas obras, tornando-as literalmente retratos de suas fases da vida.
Para saber mais curiosidades do mundo da arte sobre e encontrar quadros incríveis para decorar a sua casa, acesse a Quadros Decorativos e sinta-se dentro de uma verdadeira obra de arte!