Meio Ambiente
Com altas temperaturas em Palmas, projetos de arborização precisam respeitar necessidades urbanas

Foto: Regiane Rocha

As altas temperaturas registradas em Palmas, que nos períodos mais secos do ano costumam ultrapassar a casa dos 40 graus centígrados (°C) e na época das chuvas oscilam entre 28°C e 33°C, tem contribuído com pelo menos um efeito positivo: a população está cada vez mais empenhada em preservar a vegetação nativa e está mais envolvida nos projetos de arborização urbana, oferecidos pela Prefeitura de Palmas, cujas orientações constam do Plano de Arborização Urbana do Município e do Manual de Arborização, que podem ser acessados, no site da Prefeitura. No entanto, mesmo o plantio de árvores deve observar algumas regras para que as espécies arbóreas e a cidade possam conviver em harmonia, orienta a Fundação Municipal de Meio Ambiente (FMA).

O planejamento urbano de Palmas tem entre seus principais desafios promover o conforto ambiental, nos espaços públicos, e faz uso da arborização como principal instrumento. A intenção é criar ilhas de frescor que ajudem a dissipar o calor provocado pelas intervenções do homem no ambiente, a exemplo das construções de prédios, asfaltamento de vias públicas.

Conforme explica o engenheiro agrônomo Roberto Campos e responsável pelo Projeto ‘MudaClima’, da FMA, um projeto de arborização precisa observar algumas especificidades. “Entre os principais propósitos de um projeto de arborização está o de fornecer sombra às calçadas, estacionamentos, ruas e áreas públicas. Mas, além do conforto térmico, também é necessário levar em consideração o projeto paisagístico da cidade, uma vez que a árvore se integra ao cenário urbano, oferecendo beleza à cidade e ainda é um elemento fundamental para proteção do meio ambiente, uma vez que oferece abrigo e alimento às espécies da fauna urbana, a exemplo dos pássaros”.

O projeto pode usar espécies nativas, ou exóticas, mas que sempre que possível, a preferência deve ser dada às nativas. “Elas possuem uma correlação na alimentação da fauna local e também são naturalmente adaptadas ao clima, que em nossa Capital se divide basicamente entre dois períodos: o chuvoso e a estiagem”, disse Roberto Campos, acrescentando que uma espécie da fauna local tem a vantagem da longevidade.

Outro aspecto que precisa ser observado é o porte da árvore, em relação ao espaço em que ela será plantada. “É necessário adequar o tamanho da planta ao uso local; para isso é necessário fazer uma projeção de que tamanho a espécie poderá alcançar na vida adulta, se o crescimento pode interferir em outros equipamentos, a exemplo das calçadas e fiação da rede elétrica e de comunicação”, ensinou.

 Foto: Regiane Rocha

Segundo Roberto Campos, em locais que passem redes e fiação a preferência deve ser dada a árvores de pequeno porte, para não haver risco de incidentes, que possam resultar na interrupção do fornecimento de serviços. “Já em praças, jardins e estacionamentos onde os espaços são mais amplos é possível fazer um projeto de arborização com árvores de médio e grande porte; uma vez que o principal objetivo é o fornecimento de sombras e dissipação do calor”.

(Foto: Regiane Rocha)
 Foto: Regiane Rocha

Sombras e podas

O engenheiro lembrou ainda que algumas árvores, apesar da grande capacidade de sombreamento podem ter outras características que inviabilizem seu uso em determinados espaços, como aquelas que perdem muitas folhas no período seco, o que acaba por prejudicar a fornecimento de sombra, como o Ipê e a Mangueira. Já entre as que aceitam poda, ela menciona o Oiti, inclusive destacando-a como árvore de médio porte, adequada aos projetos de arborização em locais que possuem redes de energia elétrica e telefônica.

Sobre as árvores frutíferas, o engenheiro agrônomo lembra que deve ser levando em conta inclusive a segurança das pessoas, uma vez que podem desprender cascas que podem causar escorregões e quedas para quem transita pelo local. Em estacionamentos, os frutos podem gerar desde amassados até danos a pintura de veículos. “Também é preciso ver se os frutos podem formar sujeira, atraindo insetos e pequenos animais, que possam comprometer a saúde pública, a exemplo de moscas, roedores e morcegos”.

Por outro lado, segundo explicou Campos; existem outras espécies frutíferas, com sementes pequenas, que mesmo que se desprendam não causam nenhum dano local. “Todos esses detalhes precisam ser observados”.

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