Araguaína
Jovem cientista de Araguaína, Érica Barros, relata que a ciência precisa de mais presença feminina
Foto: Marcos Sandes
Érica é coordenadora local de um movimento internacional que busca a inserção feminina na ciência | Marcos Sandes
Érica é coordenadora local de um movimento internacional que busca a inserção feminina na ciência

A participação das mulheres no meio acadêmico vem crescendo a cada ano. Desde o início do século 20, já foram 58 prêmios Nobel entre 950 entregues. A disparidade ainda grande em relação à participação masculina, nas áreas exatas e biológicas, como física (1,9%), química (3,8%), medicina (5,4%) e economia (2,4%), sendo menos desigual em literatura (12,9%) e no prêmio da Paz (15,9%).
 
A cientista de Araguaína Érica Barros, de 18 anos, é a primeira personagem da série “Mulheres que lideram”, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Para Érica, são vários os motivos para essa desigualdade participativa ainda estar presente um século depois na ciência. 

“Existe um relatório da ONU que diz que a maioria das meninas preferem áreas técnicas e ciências até o nono ano, mas com passar dos anos elas param de procurar essas áreas por falta de representação, os professores são homens, porque são desencorajadas e porque têm que cuidar da casa”, descreveu.
 
A universitária de biomedicina, química e física é coordenadora local do 500 Mulheres Cientistas, um movimento internacional que busca a inserção feminina na academia.
 
Influência positiva

Érica se diz uma privilegiada, principalmente por bons exemplos que teve dentro da família. “Minha tia fez duas faculdades e minha avó também fez faculdade. A maioria das mulheres a mãe tem até o ensino médio e a avó não estudou. Na última década que tivemos uma ascensão das mulheres nas universidades”, constatou.
 
Para quem não teve a mesma oportunidade, a universitária acredita que é necessário ter empatia para ajudar. “É preciso se colocar no lugar da outra mulher, explicar. Uma coisa que é fundamental é o planejamento familiar, a falta dele é um dos grandes motivos da evasão ou não entrada na faculdade. E apoio de iniciativas e organizações que façam essa inserção da mulher, como o 500 Mulheres Cientistas”, relatou.
 
Grupo internacional

Fundado nos Estados Unidos, em 2016, o 500 Mulheres Cientistas tinha intenção de recrutar apenas cinco centenas de mulheres que estudam ciência, tecnologia, engenharia e matemática para construir uma comunidade científica inclusiva e dedicada a treinamentos. Em pouco tempo, a organização já conquistou 20 mil mulheres em mais de 100 países.
 
No Brasil, há 60 núcleos já instalados e um deles é coordenado pela Érica. “É um grupo de apoio e no Tocantins eu sou a única. Fazemos reuniões mensais para discutir diversos temas porque o gênero feminino na academia é uma questão muito complexa de ser trabalhada por conta da baixa entrada nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática”, explicou. 

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