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Sem doações de empresas Carlesse e Vicentinho bancam as próprias campanhas e contam com doações de partidos
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Comissão do TRE analisa contas | Divulgação
Comissão do TRE analisa contas

A campanha da eleição suplementar para governador do Tocantins tem sido uma espécie de ensaio para o que o País inteiro irá presenciar logo mais em outubro. Será uma campanha diferente onde, pela primeira vez, está proibida a doação de empresas para candidatos ou partidos. A eleição suplementar no Tocantins, desde o primeiro turno, está sendo realizada sob esta nova regra e os candidatos e coligações tiveram que se reinventar para financiar suas campanhas.

Os dois candidatos que passaram para o segundo turno - Mauro Carlesse (PHS) e Vicentinho Alves (PR) - informaram ao Conexão Tocantins que investiram recursos próprios em suas campanhas. A maior parte do financiamento, entretanto, vêm do chamado fundo partidário. Aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o fundo dispõe no total R$ 2,5 bilhões aos partidos políticos para as eleições deste ano.

Mauro Carlesse da coligação Governo de Atitude informou, sem citar cifras, que 60% dos recursos investidos em sua campanha são provenientes dos fundos partidários dos partidos que compõem a coligação. O restante (40%) são recursos do próprio candidato.

A equipe de Vicentinho Alves, da coligação A Vez dos Tocantinenses, também se limitou a dizer que a campanha está sendo feita por doação do PR nacional e recursos próprios do candidato, mas não citou sequer os percentuais de cada fonte. A assessoria de comunicação de Vicentinho disse ainda que, como o candidato participa do 2º turno, a prestação de contas dos dois turnos será feita ao TRE ao final da eleição, obedecendo os limites estabelecidos por lei.

Estes limites, segundo a justiça eleitoral, são de de R$ 4,9 milhões no primeiro turno e R$ 2,450 milhões no segundo turno. Vicentinho e Carlesse só deverão prestar contas ao TRE no dia 27 de junho. Já os demais candidatos derrotados em primeiro turno já informaram os valores das prestações de contas à justiça.

Kátia

Entre os candidatos que não passaram do primeiro turno Kátia Abreu (PDT) foi a que mais recebeu recursos. No total foram R$ 3.984.376,80 declarados à justiça eleitoral. A maior parte deste montante, 94% são recursos (R$ 3.780.076,80) financeiros; o restante, cerca de 5%, são recursos estimáveis (R$ 204.300,00) referentes a prestação de serviços e bens.

De recursos próprios, Kátia declarou R$ 2,370 milhões. O doador desta quantia foi o próprio candidato a vice-governador na chapa de Kátia, o empresário Marco Antônio Costa. Valendo-se da regra do autofinanciamento de campanha, o vice-candidato foi o principal doador. O recurso investido por Marco Antônio na campanha representou mais de 59% das doações realizadas por pessoas físicas.

A segunda principal fonte de receitas foi a doação dos partidos políticos da coligação Reconstruindo o Tocantins, com R$ 1,060 milhão (26,60%). O próprio PDT investiu R$ 600 mil; o Partido Social Democrático (PSD) doou R$ 460 mil.

A terceira fonte de arrecadação da campanha foram doações de pessoas físicas de quem Kátia recebeu mais de R$ 554 mil, o equivalente a 13,91% dos recursos arrecadados.

Amastha

Carlos Amastha (PSB) arrecadou R$ 1.599.953,00. Deste total, 94% são referentes a recursos financeiros (R$ 1.515.853,00) e pouco mais de 5% de recursos estimáveis (R$ 84,1). As doações de partidos representaram 56%; o PSB sozinho doou R$ 900 mil, sendo o principal doador da campanha.

O próprio candidato financiou boa parte da campanha. O recurso investido por Amastha representou 38% do total (R$ 612,853 mil). As demais doações de pessoas físicas representaram 5% dos recursos (R$ 87,1 mil).

Márlon Reis

O candidato Márlon Reis (Rede) foi o que mais recebeu doações de pessoas físicas. Dos 5 principais doadores da campanha, 4 foram eleitores ou correligionários. A contribuição dos apoiadores chegou a R$ 116.802 mil, representando quase 83% dos recursos arrecadados.

O Diretório Estadual do Rede doou para a campanha de Reis R$ 24,5 mil, representando 17% das arrecadações. Márlon Reis não investiu recursos próprios na campanha. As receitas declaradas chegaram ao total de R$ 141,302 mil, dos quais 59.59% são recursos financeiros (R$ 84,202 mil) e 40.41% são recursos estimáveis (R$ 57,1 mil).

Mário Lúcio

O candidato Mário Lúcio (PSOL) bancou a própria campanha sozinho. Dos R$ 102.626,46 de recursos recebidos, 99% foram provenientes de recursos próprios do candidato, o equivalente a R$ 101.626,46. O restante, R$ 1 mil foi doação de um apoiador da campanha. O PSOL não investiu recursos financeiros na campanha de Mário Lúcio.

Marcos Souza

Marcos Souza (PRTB) foi o candidato que teve a campanha mais enxuta. Sem doações do próprio partido, Marcos Souza arrecadou apenas R$ 12,340 mil. Deste total, 34% foram de recursos próprios do candidato (R$ 4,2 mil). A família de Marcos Souza bancou o restante da campanha doando no total R$ 8,140 mil, equivalente a quase 66% do total.

Prestação de contas

O Tribunal Regional do Tocantins (TRE) já iniciou a análise das prestações de contas da eleição suplementar. Uma equipe de técnicos da área de contabilidade e contas eleitorais e partidárias realiza o trabalho até a próxima sexta-feira, 15. Após a análise realizada pela comissão, as contas serão julgadas pelo Pleno do TRE.

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