Polí­tica
Presidente da Câmara de Araguaína analisa cenário para 2014 e minimiza encontro de Dimas com representantes de organização criminosa
Presidente da Câmara de Araguaína, vereador Marcus Marcelo
Presidente da Câmara de Araguaína, vereador Marcus Marcelo

Há 16 anos em Araguaína, o pernambucano, professor e vereador Marcus Marcelo de Barros de Araújo está em seu primeiro mandato de vereador pelo Partido da República (PR) e já com a missão de administrar a Casa de Leis. Em entrevista ao Conexão Tocantins Araguaína, ele revelou que considera o cenário político “escuro” para 2014 e disse que a “hora é de trabalhar e avaliar a situação já que é um “momento político novo”. Ele falou sobre o trabalho na Câmara e ressaltou que tem buscado agir para demonstrar que a imagem de que todo “político é sujo e errado” não é verdade. Para, ele é possível trabalhar com “a verdade, honestidade e compromissado com a sociedade”.

Conexão Tocantins: O PR não está na base do governo estadual, mas o prefeito Ronaldo Dimas tem demonstrado apoio as ações. O PR com candidatura própria, como fica Araguaína?

Marcus Marcelo: Vejo com muita tranquilidade, já que o PR tem grande representação em Araguaína. São cinco vereadores e um prefeito do mesmo partido. Não estou antecipando as discussões políticas referentes ao ano que vem. Acredito que muita coisa irá acontecer ainda. O cenário, a meu ver ainda está muito escuro. Não vemos com clareza o que de fato irá acontecer. Meu posicionamento em relação a questão partidária é continuar trabalhando como estamos trabalhando. Fui eleito para representar Araguaína, e nesse meu primeiro mandato já tive a oportunidade de assumir a presidência da casa. Minha preocupação é Araguaína. Deixo a discussão política para próximo ano, quando de fato iremos tomar as decisões e ver o que é melhor para o Tocantins.

CT: Aqui de Araguaína o PR lançará candidato para deputado estadual?

Marcus Marcelo: Acredito que o PR deva ter candidato sim, até porque com a representação que o partido tem em Araguaína, com a maior bancada, é natural construirmos um nome. Ainda é cedo para avaliarmos o cenário. Ainda não há pré-candidatos em nossa sigla. Não há Ninguém se pronunciou.

CT: O senhor falou em um cenário diferenciado para 2014. O que mudou?

Marcus Marcelo: Em anos anteriores o quadro já estava bem definindo no ano que antecede, inclusive havia antecipação da campanha. Esse momento político é novo, o povo tem sido mais criterioso e essa discussão está muito aberta. Percebemos nesse novo cenário nomes novos aparecendo. A gente tem que entender o processo e saber compreender o que está ocorrendo. É um momento que a gente tem que ter sabedoria para compreender.

CT: Como o senhor avalia esses primeiros meses do seu mandato, já com a responsabilidade de presidir a Câmara?

Marcus Marcelo: Tem sido um grande desafio. Quando nos colocamos a disposição da cidade de Araguaína por entender da nossa capacidade de representar bem a cidade. A cidade de Araguaína tem muitos problemas a serem resolvidos, em todos os segmentos. A cobrança existe. Percebo que esses primeiros meses de trabalho já tem surtido um efeito positivo. Já conseguimos dar uma resposta para a sociedade, uma contribuição de maneira positiva. Recebemos a Câmara com uma realidade diferente da legislatura passada, que entregou com 11 vereadores, nós recebemos com 17. Ainda estávamos de maneira improvisada no prédio da Prefeitura, porque a Casa de Leis estava em reforma. Conseguimos organizar a casa, adequamos a nossa condição de trabalho. Essa Câmara tem trabalhado bastante para honrar os compromissos feitos à sociedade de Araguaína.

CT: Muitas câmaras passam por dificuldade por conta do aumento do número de vereadores. Em Araguaína também há esse problema?

Marcus Marcelo: Houve algumas situações que tivemos que resolver. O duodécimo continuou o mesmo. Aumentou a despesa e a receita ficou igual. Fizemos algumas alterações na estrutura dos gabinetes com o corte de duas assessorias em cada um. O salário dos vereadores não está sendo praticado no teto. Hoje o vereador de Araguaína ganha R$ 9.600,00. Estamos conduzindo a Casa com o mesmo recurso de forma que mantivemos a mesma estrutura que trabalhava para 11. Conduzimos bem essa situação.

CT: Sob sua gerência, quais os momentos mais polêmicos vividos pela Câmara?

Marcus Marcelo:Quando a gente trata de administração pública precisamos agir com muita responsabilidade. Já houve algumas discussões aqui, que de fato gerou polêmica, sendo uma delas recentemente: o projeto do IPTU. A Câmara recebeu esse projeto do poder executivo, e a Câmara atuou com firmeza. Colocamos 15 emendas. A preocupação da população seria o aumento no IPTU, que na verdade não houve. Criamos uma situação na qual o cálculo da planta de valores precise retornar a Câmara antes de entrar em vigor no próximo ano. Uma comissão irá estudá-la e após definida, ela será enviada para ter o referendo do plenário. Outro projeto que teve uma discussão e que buscamos entendimento com todos, foi o projeto do plano de carreira dos profissionais da educação, dos professores. Sentamos com o sindicato e buscamos entendimento. Sempre falo que o bom é ter o ponto de equilíbrio. A Câmara tem tratado todos os assuntos com responsabilidade, compromisso, buscando o ponto de equilíbrio de maneira que todos sejam beneficiados. Quero dizer a Araguaína que estamos trabalhando com compromisso, responsabilidade, verdade. O sentimento de muitos, de que política é coisa feia, que tudo é errado, estamos atuando para mudar esta página, trabalhando com o que é verdade. Iremos sempre buscar o ponto de equilíbrio, para que possamos ver o que é bom para a população sendo realidade. Queremos transformar Araguaina em cidade cada dia melhor para se viver aqui.

CT: Como o senhor sente a opinião pública em relação ao trabalho do vereador?

Marcus Marcelo: Acredito que estamos avançando sobre a compreensão da nossa atuação. A população precisa entender o que de fato é o trabalho do vereador. O vereador tem a missão de fiscalizar o poder executivo e de criar as leis. As leis que são discutidas aqui, influenciam em toda a sociedade. Diante desse fato é preciso entender que muitas vezes o vereador é tachado como não faz nada, porque na cabeça de muita gente o vereador tem poder de executar, de fazer a obra. Na verdade não tem, quem executa é o prefeito. O vereador está aqui na missão de representar bem a população na criação das leis, de fiscalizar, de colocar os requerimentos, as moções, as indicações, que atendam o anseio da comunidade. Quem executa é o prefeito, o governador. No papel da cobrança, a Câmara tem feito. As pessoas estão percebendo isso. Aquela imagem, que não é da Câmara, mas sim, do político em geral, muito negativa, é necessário que a gente trabalhe mostrando que vivemos no melhor regime do mundo, o Democrático, onde nós e o povo temos condições de eleger nossos representantes. Precisamos ter a consciência de elegermos representantes sérios, compromissados com a população. Precisamos diferenciar o que é política da politicagem existente. O que é feio é a politicagem, a corrupção que de fato existe. Entendo que a população está dando uma resposta mostrando que requer uma mudança. Considero isso importante. A mudança tem sim acontecido.
CT: Como o senhor avalia o encontro do prefeito Ronaldo Dimas com representantes da organização criminosa que está sendo investigada?

Marcus Marcelo: Quem vê cara não vê coração. Nós que representamos a população somos procurados por dezenas e dezenas de pessoas. Atendemos a todos que nos procuram. Li as reportagens e digo que o prefeito teve contato com representantes daquela empresa como todo prefeito que recebe a quem o procura. Devemos enquanto gestores ter a responsabilidade de diferenciar o que é certo e errado. Trato assim, e o prefeito Ronaldo também. Não há nenhum relacionamento da Prefeitura, do IMPAR com essa empresa. Só houve uma conversa com quem o procurou. Todos nós estamos sujeitos a receber uma pessoa que venha com uma intenção que não é a nossa, agora dentro do conceito do que é certo e errado, saímos dessas situações com tranquilidade prezando o que é correto.

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