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Dois anos depois, pivô do escândalo dos materiais esportivos ainda não foi ouvido pela Polícia Federal

Pouco mais de dois anos depois, um dos pivôs do escândalo dos materiais esportivos do governo Marcelo Miranda (PMDB), Warlen Honório dos Santos concede entrevista ao Conexão Tocantins e abre o jogo. Ele informou que na época foi obrigado a sair do Estado por ser duramente perseguido pelo governo. Teve que abandonar família, trabalho e curso recém iniciado na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Hoje ele é contratado pela Secretaria Estadual do Planejamento e Modernização da Gestão, sob a tutela de Eduardo Siqueira Campos.

Warlen contou que foi o próprio secretário quem o convidou para retornar ao Tocantins em janeiro deste ano, mês de sua nomeação na pasta. Contudo, o ex-funcionário da Secretaria do Esporte informou que precisou abrir mão de muita coisa desde que seu depoimento deu origem a uma investigação contra o então governador Marcelo Miranda e o secretário da pasta da época, Palmeri Bezerra.

Foi a partir do depoimento do funcionário público, em março de 2009, que a Procuradoria da República do Tocantins deu início às investigações por distribuição de material esportivo pela Secretaria de Esportes para candidatos aliados ao ex-governador nas eleições municipais do ano anterior. Na ocasião, Warlen era o responsável por receber as autorizações e entregar os materiais esportivos.

Na época, uma sindicância interna foi aberta e um inquérito instaurado para analisar o caso. “O secretário do Esporte, ele abriu uma sindicância interna e o inquérito foi feito contra a minha pessoa”, contou. Contudo após as investigações, foi averiguado que o funcionário apenas cumpria ordens superiores e sua inocência foi confirmada.

Dois anos de prejuízos

Entretanto, mesmo com a culpa descartada pela sindicância interna, Warlen Honório informou que sofreu perseguições por conta da administração pública e foi obrigado a sair do Tocantins. Na época, ele acabava de iniciar seu curso de economia na UFT e já estava divorciado da esposa. Perdeu a vaga na universidade e o convívio dos filhos, segundo contou. “Meu pai também teve que largar do emprego para ir embora comigo para João Pessoa (PB)”, completou.

O ex-funcionário da antiga Sespo informou que na época contratou um advogado para ter orientação jurídica sobre o caso e suas consequências. “Ele está em posse de todos os documentos e matérias vinculadas na imprensa. Mas ainda não sei se vou entrar com uma ação contra o ex-governador, ou o antigo secretário”, disse.

No entanto, Warlen frisou que sofreu muitos prejuízos depois do escândalo de corrupção. “Eu tive danos irreparáveis. Perdi minha faculdade. Perdi o contato com meus filhos. Estou tentando reconstruir isso aos poucos, mas nunca vai ser do mesmo jeito”.

Inquérito paralisado

Quando foi deflagrado o escândalo do material esportivo em 2009, Warlen informou que se viu em um beco sem saída. “Ou eu entrava no esquema deles, de corrupção, ou eu denunciava e sofria as consequências”, completou. Ele optou por denunciar.

Acontece que mesmo depois de mais de dois anos passados da denúncia feita à Procuradoria da República, o ex-funcionário da Sespo informou que até hoje não foi ouvido pela Polícia Federal sobre o esquema de corrupção. “Se as coisas tivessem acontecido de maneira mais rápida, nada disso teria acontecido. Infelizmente o poder pesou mais que a justiça”, completou.

Atualizada às 19h02

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