Economia
Brasileiro ainda não sabe lidar com excesso de crédito, afirma assessor da Serasa

Os brasileiros não estão preparados para lidar com o crédito disponível no mercado atualmente e, por isso, muitos deles ficam inadimplentes. A afirmação é do assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Sousa Almeida.

Para Almeida, o principal motivo para o descontrole é a falta de educação financeira. "Poucos brasileiros têm acesso à educação financeira e isso faz com que o consumidor não esteja preparado para lidar com os diferentes tipos de crédito que hoje estão disponíveis para ele, como cartão de crédito, o cheque especial e financiamento com prazos bastante estendidos", explica. Para ele, a educação financeira deveria ser matéria escolar.

"Em muitos países as pessoas aprendem a lidar com dinheiro, desde pequenas, nas escolas. São países mais desenvolvidos onde o crédito ultrapassa os 100% do PIB. Aqui, onde o crédito é de 34% do PIB, os consumidores não sabem lidar com esse valor disponível. Para se ter uma idéia, as pessoas no Brasil não têm a cultura de poupar porque não aprendem isso".

Inadimplência

Apesar dos números da inadimplência terem permanecidos praticamente estáveis este ano - de acordo com dados da Serasa, no acumulado de janeiro a outubro o crescimento foi de 0,3% - Almeida afirma que o número de pessoas com o nome no banco de dados da instituição é grande. "Em 2006 houve uma elevação de 10,5% no número de consumidores com dívidas pendentes. Por mais que este ano tenha apresentado certa estabilidade, é uma estabilidade em um patamar muito alto, que exige cuidado".

Para o assessor, o aumento da renda e do número de empregos, além do alongamento do prazo dos financiamentos, fizeram com que os consumidores se sentissem mais confiantes e, conseqüentemente, pegassem mais crédito.

"Os prazos se estenderam, mas muitas pessoas não conseguem gerenciar todo esse prazo. Quem compra um carro em 99 meses, por exemplo, precisa ser muito disciplinado, porque essa compra significa que esse consumidor terá que segurar seus gastos por oito anos, ou seja, oito dias das mães, oito natais, oito dias dos namorados e isso não é fácil".

Almeida alerta, também, para o fato de que a inadimplência pode subir ainda mais no próximo ano. "Se a renda e o emprego continuarem a crescer, há grandes chances de que o número de pessoas no banco de dados da Serasa cresça também. Sem falar que no final do ano o financiamento deve ser o método mais usado para pagar as compras. Os empresários estimam algo próximo de 60% para o pagamento financiado e 40% para o pagamento à vista, por isso é preciso cuidado!", finaliza.

InfoMoney

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